(Primeira) ... Saí para dar uma volta pela cidade onde vivo, no meu passo lento, descontraído como se não tivesse pressa de chegar, não tenho. Deambulo pela cidade com o olhar vago, algures, comtemplo a azáfama citadina, reparo no engraxador – como rareiam os engraxadores – Não falo desses, dos lambe botas sempre disposto arruinar a vida dos outros para conseguirem algo mais que a miséria de vida a que se devotaram, mas sim, daqueles que engraxam os sapatos aos “senhores”. O quiosque, também lá está, na outra esquina, das poucas esquinas livres que encontramos disponíveis. A maior parte delas está ocupada com os velhos, os desempregados, os calões, os reformados, os que vivem dos rendimentos mínimos ou assim-assim. Falo com o engraxador, falamos sobre o fado, ele gosta de fado, eu também, ele canta o fado, eu não, eu vivo o fado. Conversamos uns minutos, não sei quantos mas o suficiente para nos cumprimentarmos e despedirmos... Até à próxima. Ele atende um cliente e eu sigo o